23/04/2024
Atualizada: 24/04/2024 08:14:46
Os/as docentes do Campus Sertão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) rejeitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo federal na última sexta-feira (19) e decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 29 de abril.
As decisões são resultado da primeira assembleia setorial realizada pela Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), nesta terça-feira (23), com a base docente no Campus Sertão, em Delmiro Gouveia.
Com 12 votos favoráveis, a maioria dos professores e professoras presentes na assembleia decidiu pela adesão à greve nacional. Os votos contrários somaram 4 e abstenções 2.
Levando em consideração o formato de assembleia setorial, a entidade vai somar a quantidade de docentes que participarem das três assembleias para obter o resultado, seguindo o que determina no Art. 16 do Regimento da Adufal, que dispõe sobre o quórum da assembleia geral.
Para o primeiro-secretário da Adufal, professor Carlos Müller, a decisão dos/as docentes do Sertão reflete o cenário nacional e segue o posicionamento dos/as professores/as de várias outras universidades federais.
“A conjuntura em que nos encontramos nesse momento favorece a deflagração da greve, e reflete o cenário de outras federais em que os docentes já entraram em greve, a exemplo a UFRN E UFPE. Por isso, é importante que a Ufal também participe desse movimento coletivo de pressão”, destacou o professor.
Os/as docentes também votaram e definiram a composição para o Comando Local de Greve (CLG). A diretoria propôs que a composição do CLG tenha a quantidade de membros da Diretoria da Adufal mais um, portanto 15 pessoas no total.
“A nossa proposta, considerando a proporção com base na quantidade de filiados e na distribuição desses filiados por campi de votação, é que a gente aprove no Campus Sertão duas indicações para o Comando de Greve, em Arapiraca mais duas indicações, e 11 indicações em Maceió. E que essa escolha dos integrantes se dê por votação da base também”, explicou o presidente da Adufal, Jailton Lira.
A proposta foi aprovada por unanimidade pelos docentes do Sertão. Os representantes escolhidos pelos presentes foram os professores Agnaldo José dos Santos e Marcelo Felisberto de Lima.
Durante a assembleia, o professor Jailton Lira contextualizou sobre o cenário atual de negociação com o governo, apontando a proposta mais recente, que foi de reajuste zero em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026. O professor do Centro de Educação (Cedu) da Ufal frisou que 0% de reajuste em 2024 não é aceitável.
“O nosso encaminhamento é que a gente aprecie a proposta da diretoria da Adufal pela deflagração da greve a partir da próxima semana. Com essa proposta aprovada, poderemos nos juntar às demais universidades federais que já começaram a greve e ampliar o tamanho do movimento e a pressão sobre o governo para a concessão do reajuste, levando em consideração os prazos para a votação do orçamento pelo Congresso Nacional no mês de maio. Temos então um prazo curto para tentar usar toda nossa força de organização para obrigar o governo a apresentar uma proposta aceitável para a categoria”, disse Jailton Lira.
Também ficou definido na assembleia que a pauta a ser defendida nesse momento será a do reajuste salarial. O entendimento da maioria é de que a questão da reformulação da carreira docente deverá ser pautada em outro momento.
Para os/as docentes, há problemas nas propostas apresentadas pelas entidades Andes-SN, Sinasefe e Proifes, que não dialogam entre si e que, por isso, acarretariam em desdobramento jurídicos e de organização da carreira. Com essas propostas, os problemas de distorção entre os níveis existentes atualmente continuariam.
“A nossa discussão tem sido feita nesse sentido, de que não é o momento de discutir plano de carreira. Mas, de discutir, sim, o reajuste salarial. Nós queremos brigar pelo reajuste de 2024, porque não tem sentido termos 0% de reajuste”, ressaltou a vice-presidenta da Adufal, Irailde Correia.
A próxima assembleia geral setorial ocorre nesta quarta-feira (24), no Campus Arapiraca, a partir das 14h, no auditório da sede. A terceira e última assembleia será na quinta-feira (25), a partir das 9h30, no auditório da Reitoria, no Campus A. C. Simões, em Maceió.
“Nós, enquanto sindicato, temos que, primeiro, defender a nossa categoria. Cabe a nós nos mobilizarmos para conseguir um reajuste que seja digno do que a gente merece receber, porque essa proposta de reajuste zero é inconcebível, assim como a exclusão dos aposentados de qualquer vantagem salarial neste ano de 2024” – Jailton Lira, presidente da Adufal.
Participaram da assembleia o presidente da Adufal, Jailton Lira; a vice-presidenta, Irailde Correia; o primeiro-secretário, Carlos Müller; e a diretora de Divulgação e Imprensa, Lenilda Austrilino.
Confira abaixo os registros dos votos dos/as docentes: