15/07/2024
Atualizada: 15/07/2024 14:04:56

Card: Jão Designer/Ascom Adufal

À comunidade universitária,

Iniciamos o novo semestre letivo após a participação na greve, decretada na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) a partir de 29 de abril e encerrada em 3 de julho de 2024.  Consideramos a greve uma afirmação da democracia, porque é um direito da classe trabalhadora, e na atual conjuntura confrontou as forças antidemocráticas, neoliberais e obscurantistas, que tentam destruir as políticas sociais, sobretudo a educação e saúde públicas em nosso país.

Nós, trabalhadores da educação, somos o setor mais atacado pela extrema direita. Enfrentamos as big techs, que objetivam capturar o PIB da Educação Pública no mundo, as privatizações e terceirizações, e os ataques ao financiamento da educação pública e à autonomia intelectual de educadores e pesquisadores, que caracterizam um gigantesco projeto neocolonizador.

Apesar da vitória de uma frente democrática para o governo federal em 2022, o Congresso Nacional mantém uma maioria de direita à extrema direita, que unifica os setores vinculados ao capital financeiro, latifúndio, milícias e fundamentalismo religioso. Esses setores atacam o estado laico, a ciência, a educação, a liberdade, a soberania nacional e a democracia.

A nossa pauta de reivindicações, de reposição das perdas salariais dos governos anteriores e do orçamento das instituições federais de ensino, confrontou diretamente o teto de gastos, flexibilizado pelo novo arcabouço fiscal, em 2023, e ainda teve como obstáculo os juros exorbitantes praticados pelo Banco Central, tornado independente do governo eleito.

Essas heranças do golpe de 2016 aprofundam a apropriação do orçamento nacional pelo capital financeiro, pelos latifundiários e grandes empresas; 10,5% de juros representam a perda de R$ 102 bilhões dos cofres públicos. Somando-se ao “orçamento secreto” comandado pelos parlamentares, resta um orçamento para o povo cada vez mais reduzido.

Consideramos nossa greve vitoriosa, com o atendimento parcial da pauta salarial e da recomposição do orçamento das Instituições Federais de Ensino. Com adesão de 62 universidades, demonstramos força e unidade e conquistamos um acordo com o governo e a possibilidade de soluções para pontos ainda pendentes. Estamos mais fortes, decididas/os para a continuidade da luta em defesa da profissão e da universidade pública.

Conclamamos toda a comunidade universitária para a reflexão. O tempo da luta não é um tempo perdido, é um tempo de aprendizagem e de construção de coletivos. Estamos numa instituição pública, nosso patrão é o povo brasileiro, e a universidade pública existe para que formemos profissionais melhores com competência técnica e política.

Isso exige de todos nós a busca constante do conhecimento e da formação política, para sermos cidadãs/ãos com postura ética, consciência social, compromisso com o desenvolvimento do povo, da nação e do país.

Com esta expectativa retomamos às atividades acadêmicas, dando boas-vindas a todas e todos!

 

Diretoria da Adufal
Maceió, 15 de julho de 2024


Anexos

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