Diretoria da Adufal defende soberania nacional e condena tarifaço de Trump

Diante da tentativa do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, de interferir na política e na justiça brasileiras, a Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) vem a público defender a soberania nacional, a independência entre os Poderes e a legitimidade das ações do Judiciário.

O Brasil vem mantendo relações diplomáticas com os EUA há 201 anos, com destaque para uma parceria econômica que tem sido bastante benéfica para o país norte-americano.

No entanto, na carta enviada ao presidente Lula, na última quarta-feira (9), Trump afirmou que os EUA têm déficit na relação comercial com o Brasil, usando tal situação como uma das justificativas para taxar em 50% as exportações de produtos brasileiros.

Porém, dados oficiais do governo federal mostram que, nos últimos 15 anos, entre exportação e serviços para os EUA, o Brasil teve um déficit de US$ 410 bilhões. É um fato inegável que a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos é muito mais favorável ao país estadunidense.

Trump também utilizou como justificativa para a tarifa de 50% o tratamento dado pelo Judiciário brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e às empresas de tecnologia norte-americanas.

Como sabemos, o país estadunidense possui um longo histórico de interferências na economia e na política de várias nações, no que parece ser uma incurável "síndrome de rei e dono do mundo". Mas, especialmente após o retorno de Trump à Presidência, temos acompanhado uma escalada de decisões autoritárias e antidemocráticas do líder do país, incluindo para com outros países.

Em contrapartida, o Brasil tem dado exemplo de soberania nacional e defesa da democracia ao julgar os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, em especial Jair Bolsonaro, que é réu no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

A Adufal, por fim, condena veementemente as ações e declarações do presidente dos EUA, que se caracterizam como um ataque direto à democracia e à Constituição brasileiras, reforçando que, enquanto entidade de classe, está entre seus principais valores a defesa intransigente da democracia e, portanto, seguirá se posicionando a todo e qualquer ato autoritário ou que venha a ferir os direitos do povo brasileiro.

Que o mundo saiba que, no Brasil, quem manda é o povo brasileiro, que defenderemos os interesses e valores do país e não seremos submetidos aos caprichos de nenhum líder e/ou país autoritário.

Maceió, 11 de julho de 2025
Associação dos Docentes da Ufal (Adufal)