11/11/2025
Atualizada: 13/11/2025 09:39:44
Após quatro gestões à frente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), Jailton Lira encerra seu último mandato como presidente da entidade nos próximos dias. E para oferecer um balanço do período à base de sócios/as, o professor concedeu uma entrevista à Assessoria de Comunicação da entidade destacando as principais ações realizadas pela Associação nos últimos anos.
A entrevista, realizada em formato ping-pong, ou seja, com perguntas e respostas curtas e diretas, está disponível na íntegra logo abaixo.
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Conheça o entrevistado: Jailton de Souza Lira é professor do Centro de Educação (Cedu) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mestre e doutor em Educação e presidente da Adufal. Já foi professor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), da rede municipal (Maceió) e estadual (Alagoas) de Educação, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), secretário geral da CUT-AL e presidente do Conselho Municipal de Educação/Maceió. Tem forte atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores, sobretudo da categoria docente. Professor Jailton Lira foi eleito presidente da Adufal por quatro vezes. Sua primeira gestão foi "Adufal Combativa e Autônoma", que venceu a eleição da entidade em 2017 para o biênio 2017-2019; seguida pelas gestões da chapa “Autonomia e Resistência”, que esteve à frente da Associação nos biênios 2019-2021 e 2021-2023; e, por fim, sua última gestão é "A luta continua!", que lidera a Adufal desde 2023. |
O diálogo com a categoria docente foi sendo ampliado em função de várias ações desempenhadas no decorrer dos anos. Inicialmente, o aperfeiçoamento da comunicação da entidade com os seus filiados permitiu que as informações chegassem a todos/as, de maneira praticamente imediata com a utilização das redes sociais para as atividades sindicais. Desse modo, as informações relacionadas às lutas sindicais lideradas pela Diretoria, as ações judiciais e aos convênios firmados pela entidade, por exemplo, acabam se tornando rapidamente de conhecimento público da nossa base.
A Diretoria da Adufal também adotou formas de descentralização das atividades sindicais, como a realização de plenárias e assembleias em todos os campi da Universidade, reconhecendo a importância do processo de multicampia ocorrido nos últimos anos, assim como fortaleceu o diálogo e a integração com os/as aposentados/as. Juntas, essas iniciativas ampliaram a democratização das informações e das decisões da entidade junto aos seus/suas filiados/as. Foi assim que conseguimos aumentar consideravelmente o número de sindicalizados/as, de cerca de 1.270 — quando assumimos a Diretoria em dezembro de 2017 — para 2.011, em agosto de 2025.
Creio que podemos elencar alguns dos principais desafios por períodos mais ou menos definidos, a exemplo dos embates com a gestão da Universidade pela manutenção das rubricas judiciais e a defesa dos recursos para a Universidade Pública (entre 2018 e 2019), o desmonte das políticas públicas, a tragédia da pandemia do Covid-19 e as perseguições aos servidores públicos durante o governo Bolsonaro (2019-2021), as ameaças de ruptura democrática (2022) e a greve das universidades e dos institutos de educação durante o governo Lula (2024). Em meio a estes grandes fatos históricos, podemos destacar a necessidade constante de articulação com as demais entidades sindicais e movimentos sociais em defesa de um país mais justo e igualitário.
Além dos eventos mencionados, acho que a reforma da sede da entidade, o registro definitivo do imóvel, a aquisição de veículo próprio, a profissionalização da contabilidade e da comunicação são fatos relevantes em termos de organização administrativa. Mas, acho que a defesa inegociável dos direitos dos associados, o aumento substancial da quantidade de filiados/as, a vitória da ação dos 47,94% no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a conquista do voto dos/as aposentados/as para as eleições da Reitoria (2023), o fortalecimento da entidade em termos nacionais e a consolidação da articulação da Adufal com as demais entidades sindicais e sociais são, na minha avaliação, os maiores ganhos políticos desse período.
A médio prazo, projetamos a implementação de energia solar na sede da entidade, como uma forma de contribuir para a sustentabilidade ambiental e a redução de custos com pagamento de energia elétrica, com previsão de instalação para o primeiro semestre de 2026. A próxima gestão do sindicato deverá encaminhar essa questão.
No que se refere aos embates judiciais, é necessário aguardar o final do exercício fiscal para protocolar as ações judiciais de pagamento dos valores retroativos dos 28% para cerca de 470 docentes, conforme acordado com a nossa assessoria jurídica. Por outro lado, a ação dos 47,94% é a principal questão que deve ser acompanhada com bastante cautela, não apenas visando a sua implantação, mas monitorando as suas repercussões em termos de possíveis pagamentos de precatórios, dada a complexidade desse processo. Da mesma forma, com base em tudo o que aconteceu nos anos recentes, precisamos assegurar que as gestões da Universidade também sejam parceiras durante os enfrentamentos que precisamos fazer para confirmar esses direitos (e mantê-los, obviamente). Tenho certeza que a nossa nova diretoria eleita, sob a liderança da companheira Rosangela Reis e do companheiro Carlos Müller, tem plenas condições de fazer frente a esses desafios pelos próximos dois anos de mandato.
Primeiramente, deixo um agradecimento aos/às associados/as pelo apoio que as nossas gestões tiveram ao longo desses quatro mandatos em que estive na presidência do sindicato. Um exemplo desse apoio se deu através de votações cada vez maiores em cada processo eleitoral (enquanto tivemos 230 na nossa primeira eleição, no último pleito fomos reconduzidos com mais de 800 votos). Também agradeço a todos/as os/as docentes que estiveram presentes nestas Diretorias (2017-2019; 2019-2021; 2021-2023; 2023-2025), posto que todo o trabalho realizado foi resultado de um grande e exitoso esforço coletivo. Por fim, como a história da Adufal é reflexo da capacidade de organização e resistência da nossa categoria docente, faço votos para que os atuais e novos desafios sejam superados a partir da continuidade do fortalecimento das relações democráticas da entidade com a base, condição essencial para o fortalecimento da própria Adufal.