19/09/2024
Atualizada: 19/09/2024 16:14:40
Com a participação da Comunidade Universitária, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) promoveu, na manhã da última quarta-feira (18), no auditório da Reitoria da Ufal, o debate entre os/as candidatos/as ao cargo de prefeito/a de Maceió. Dos cinco candidatos que concorrem à Prefeitura, três estiveram presentes: Lenilda Luna (UP), Lobão (Solidariedade) e Rafael Brito (MDB). A Adufal não obteve resposta ou justificativa pela ausência dos candidatos JHC (PL) e Nina Tenório (PCO).
Contando com o apoio do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), o debate foi transmitido ao vivo pela Rádio Difusora 93.3 FM. Já a mediação ficou sob a responsabilidade do jornalista Altannes Holanda.
No primeiro bloco, os candidatos fizeram uma breve síntese sobre suas propostas para a capital alagoana. Por ordem de sorteio, as falas iniciaram com o candidato Rafael Brito (MDB). Com destaque para a área da saúde, em sua fala, o candidato destaca que propõe trabalhar em melhorias da infraestrutura dos serviços de saúde, ampliação do acesso a cuidados médicos e preventivos, e a implementação de programas de promoção da saúde em Maceió.
“A nossa ideia a partir de janeiro é que, a cada ano de mandato, a gente possa abrir 50 novas equipes do Programa de Saúde da Família para que, no final do mandato, a gente atinja a média do Brasil”, disse Brito (MDB).
Lenilda Luna (UP) foi a segunda candidata a apresentar suas propostas, ressaltando a importância dos concursos públicos municipais. O seu projeto de governo propõe a realização de concursos públicos para a contratação de professores, profissionais de saúde, e também para a contratação de serviços e obras.
“É preciso investir em concurso público para absorver essa mão de obra e dar garantia de trabalho digno aos jovens que se formam aqui na universidade”, afirmou a candidata da Unidade Popular.
O candidato Lobão (Solidariedade) foi o último a falar nesse bloco e, ao apresentar suas propostas, destacou o seu projeto de revitalização da Lagoa Mundaú, que consiste no diagnóstico da atual situação da lagoa, na implementação de ações que envolvem o desassoreamento das margens, saneamento básico e soluções para fortalecer o turismo da região.
“Vou precisar dialogar aqui com a academia para me ajudar a revitalizar a Lagoa Mundaú e implantar a coleta 100% seletiva de resíduos. É possível, o lixo não é lixo, e a gente pode revitalizar a Lagoa”, afirmou o candidato.
Neste segundo bloco de debate, os/as candidatos responderam sobre temas sorteados pela mesa condutora.
“A nossa cidade é feita de pessoas diferentes que têm direitos iguais. Todas as pessoas têm que ser pensadas dentro de uma política global, mas dentro das suas necessidades específicas. Então nós vamos ter políticas públicas na saúde, na educação, na modalidade urbana, e em todas as questões multidisciplinares”, disse a candidata.
“O que a gente propõe para resolver isso são dois programas de transferência de renda. Um é o ‘Maceió Sem Fome’, que dará R$ 150 todos os meses para 20 mil famílias de Maceió que vivem abaixo da linha da pobreza; e o outro é o ‘Cartão Escola 10 Maceió’, para que a gente possa investir em quem está em maior dificuldade e manter as nossas crianças e os nossos jovens dentro de sala de aula”, propôs o candidato.
“Boa parte do Brasil tem a seguinte condição: nem estuda e nem trabalha. Então, da nossa parte, o que nós temos que fazer é investir robustamente em educação. Vamos fazer Maceió ser uma referência em educação básica. E o que tiver ao alcance da nossa gestão, de investir em educação e na geração de oportunidades para os nossos jovens, nós faremos”, expôs o candidato.
No bloco 3, houve duas rodadas de perguntas e respostas, momento em que os candidatos responderam às perguntas do público, feitas tanto através de formulário online, disponibilizado pela Adufal entre os dias 13 e 16 de setembro, quanto presencialmente, de forma escrita, durante os blocos 1 e 2 do debate. A ordem de falas desse bloco ficou dessa forma: Rafael Brito (MDB), Lobão (Solidariedade) e Lenilda Luna (UP). Confira a seguir as perguntas e suas respectivas respostas:
“O que a gente precisa fazer inicialmente é retomar os concursos públicos na Prefeitura de Maceió, concursos públicos para a saúde, para a educação, para área de engenharia, para todas as áreas de Maceió. A valorização do servidor não vem somente de carreiras valorizadas, salários valorizados, mas também de concurso público”, declarou.
“É muito importante que a gente faça concurso público, tem que ter esse olhar mais inclusivo para todos os aspectos da nossa sociedade, [...] porque a política de inclusão da atual gestão da Prefeitura de Maceió é desastrosa e isso precisa ser revisto”, pontuou o candidato.
“Vai ser um grande prazer inserir a comunidade circense no nosso programa cultural. Temos o nosso projeto da Escola em Tempo Integral, que será na qualidade estrutural de uma particular, onde no contraturno, vamos ter capoeira, jogos de xadrez, natação, arte circense, teatro, literatura. A gente precisa investir nas nossas crianças com a educação extrema qualidade”, afirmou o candidato.
“Para a periferia, o nosso foco é muito especial. Nós vamos cuidar de toda a cidade de Maceió, mas principalmente da periferia, que atualmente padece com a falta de saneamento, drenagem, com enchentes e ruas cheias de poeira. Toda a periferia, mas principalmente a juventude da periferia, precisa estar voltada para a educação e cultura. Por isso nosso governo integra cultura e paz. A periferia não foi atendida pela atual gestão, mas o nosso olhar para a periferia será total”, revelou.
“Nós derrotamos essa política neoliberal em parte quando participamos das eleições federais nas últimas eleições, o que demonstra que o povo brasileiro não admite esse processo, não admite um projeto que tira os direitos e recursos das políticas públicas para favorecer banqueiros. A gente tem que continuar lutando contra o fascismo, contra o bolsonarismo também aqui na nossa cidade e não devemos admitir alianças com esses grupos nefastos. Esse enfrentamento tem que ser feito com coragem e com participação popular”, declarou a candidata.
"Isso é tão sério que precisa estar o tempo todo na nossa pauta. Esse é o maior crime socioambiental em área urbana em andamento no mundo. Queremos cadeia para esses criminosos que destruíram a nossa cidade e que essa punição seja exemplar para todo o mundo e para que não se repita uma situação como essa", afirmou.
No último bloco do debate, os/as candidatos/as fizeram perguntas entre si, de forma livre, mas referentes aos temas previamente informados. Assim se desenrolou o quarto bloco:
Lenilda Luna (UP) respondeu: “A constituição criou mecanismos para fiscalização da aplicação dos recursos públicos, e isso é muito sério, a gente tem que demandar para os órgãos de controle para acabar com essa a gastança de dinheiro público. [...] Obras como a do Vale do Reginaldo que tem um orçamento de 80 milhões, sequer termina e já dobra o orçamento, mas isso não é investigado? Então, nós, como sociedade, precisamos fiscalizar e cobrar a investigação dos maus gestores.”
Rafael Brito (MDB) respondeu: “A academia e a ciência foram quem mais defendeu as medidas de combate à pandemia da Covid-19 e os gestores que seguiram o que defendia a ciência entregaram melhores resultados na pandemia da covid-19 para sua população. [...] A vacinação e o distanciamento social foram fundamentais ferramentas que a humanidade teve naquele momento de crise sanitária. Então, eu sou totalmente a favor da vacinação e a vacina, sem dúvidas, salva vidas.”
Lobão (Solidariedade) respondeu: “Enquanto vereador, eu tive que dialogar com os mais variados partidos e representantes políticos e ideologias, então é realmente preciso ter jogo de cintura e diálogo para poder proporcionar realizações para todo o povo. [...] E eu sempre busquei um caminho político que eu pudesse tirar do papel projetos que alcançassem todos. Então, a gente precisa realmente ir além da situação política partidária que temos para poder entregar o melhor para o povo.”
Ao final do quarto bloco, os/as candidatos/as ao cargo de prefeito/a de Maceió puderam usar a palavra para fazer suas considerações finais.
Lobão (Solidariedade)
“Quero agradecer a oportunidade, agradecer a presença de cada uma das senhoras e senhores. E dizer que, a partir de janeiro, vou precisar de todos vocês porque nós temos um projeto para a nossa cidade que foca no desenvolvimento, no compromisso de trazer prosperidade para nossa cidade. Nós queremos deixar Maceió atraente não somente por suas belezas naturais, mas porque o Brasil vai saber que Maceió tem uma coleta 100% de resíduos, Maceió respeita servidores, Maceió tem uma periferia bem cuidada. Nós não temos compromisso com o atraso, temos compromisso com o avanço”, afirmou.
Lenilda Luna (UP)
“Quero agradecer à Adufal e ao Instituto Zumbi dos Palmares pelo espaço para conversar com o nosso povo. É preciso que vocês abracem essa candidatura popular. É uma candidatura com pouquíssimos recursos, não temos grandes recursos de equipes de marketing, não temos e nem queremos esse dinheiro de poderosos. Nós somos uma candidatura construída pelo povo. Somos o partido do povo pobre, preto e periférico desse país. É nesse partido que a gente convoca vocês a acreditarem e se organizarem, é um partido que representa as nossas principais lutas por uma democracia realmente popular e participativa”, disse.
Rafael Brito (MDB)
“É importante que, em um processo democrático, os candidatos que defendem um campo, defendem uma ideia, defendem um mesmo estilo que gestão, defendem uma visão de melhoria da vida do cidadão se reúnam em torno de uma candidatura que tem a viabilidade para conseguir a vitória. vamos seguir até o dia 6 de outubro crescendo nas pesquisas, crescendo na candidatura, crescendo no apoio popular para levantar o verdadeiro inimigo do povo de Maceió que é o atual prefeito”, declarou.
Adufal realiza debate entre os candidatos à Prefeitura de Maceió em 18 de setembro