01/03/2018
Atualizada: 01/03/2018 00:00:00

Foto: Júlia Dolce (BdF)

Como em todo ano, mulheres saem às ruas no 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, para combater o machismo, o sexismo, o patriarcal e a opressão de gênero. Este ano, as ativistas aproveitam o momento para denunciar os efeitos do golpe no aprofundamento das desigualdades sociais.

Em Maceió, a Praça Centenário será o palco das reivindicações das mulheres trabalhadoras de Alagoas. A partir das 8h, acontecerá um ato público, com batucadas, oficina de cartazes e apresentação de Teatro do Oprimido (TO). De lá, as manifestantes seguirão em marcha até o Centro da cidade.

A proposta do movimento é que, ao final do ato, o governador do Estado, Renan Filho (PMDB), receba as dirigentes populares para uma reunião, onde serão apresentadas as pautas e ouvir a resposta do governo sobre as reinvindicações.

Desta vez, o 8 de março pontua três pautas prioritárias, em nível nacional: a luta pela vida das mulheres, a defesa da democracia e da soberania e a denúncia da reforma da Previdência. A Marcha Mundial de Mulheres, junto com outras entidades sociais que combatem a opressão de gênero estão envolvidas nesta atividade.

Várias ações estão sendo pensadas, em preparação para o 8 de março. Entre elas estão a oficina de Teatro do Oprimido (TO) para mulheres, com montagem de cena para o 8 de março; o ensaio da Batucada Feminista e a oficina de elaboração da faixa de tecido para a batucada.

A oficina de Teatro dos Oprimidos acontecerá no sábado (03), às 14h, Casa dos Aposentados do SindPrev, no bairro do Poço. Para esta atividade, as organizadoras recomendam levar roupas, sapatos, acessórios e materiais recicláveis.

Já o ensaio da Batucada Feminista e oficina de cartazes serão às 15h, na Praça Centenário, no Bairro do Farol, também no sábado (03).

Manifesto

O Estado de Alagoas está marcado por um longo histórico de violência para as mulheres. Ano após ano, vemos os índices de feminicídio crescerem, ondas de estupros aterrorizam mulheres que se sentem sempre em risco ao andar na rua. É preciso que o poder público compreenda a gravidade da situação e ouça as mulheres, na sua diversidade, desenvolvendo ações efetivas no sentido de solucionar o problema.

Diante de tudo isso, vários movimentos de mulheres em sua diversidade estão reunidos neste 8 de março, dia internacional da mulher, para cobrar respostas do Governo do Estado a reivindicações antigas que ainda não foram priorizadas. 

A pauta das mulheres é extensa, mas elegemos pontos mais urgentes que precisam de resposta imediata. Estamos apresentando a pauta de forma antecipada, na expectativa de que a gestão busque respostas efetivas até o dia 08 de março, de forma simbólica dia mundialmente reconhecido pela luta das mulheres. 

Propomos que o Governador do Estado de Alagoas receba as mulheres no dia 8 de março para uma reunião, onde será discutida a realidade das mulheres e o Governo pode apresentar suas respostas a estas reivindicações.

Nossas reivindicações:

• Ampliação das delegacias da mulher. É necessária a presença de uma em cada regional, no mínimo. E que todas tenham funcionamento 24h por dia, incluindo finais de semana e feriados.

• Capacitação do efetivo para atendimento às mulheres vítimas de violência

• Campanha educativa de combate à violência contra a mulher: Trabalho nas escolas e ação publicitária nos meios de comunicação.

• Efetivação da Patrulha Maria da Penha para garantir o cumprimento da Lei Maria da Penha em Alagoas.

• Empenhar esforços, junto aos parlamentares, para derrotar o projeto da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.

• Retomada do projeto de Unidades Moveis e da Casa da mulher brasileira, que já receberam recursos do Governo Federal há anos, mas não estão chegando ao destino final, que é o atendimento das mulheres vítimas de violência.

• Realização de mutirões de documentação para mulheres rurais e urbanas, com atenção especial às que estão em situação de rua, e garantia de que processos abertos sejam concluídos para que todas recebam seus documentos.

• Efetivação da política nacional de saúde integral da população negra no estado de Alagoas.

• Ampliação da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência, com implantação de casas abrigo, casas de Passagem, Centros de Referência de atendimento às mulheres, serviços de saúde especializados para o atendimento às mulheres vítimas de violência.

Subscrevem esse documento as seguintes entidades: 

Marcha Mundial das Mulheres, Movimento Feminista Olga Benário, Coletivo Feminista Ana Montenegro, MST, CPT, VIA do Trabalho, FETAG, Sindicato dos Urbanitários, Grupo Flor do Manacá, SINTTRO, Ateliê Ambrosina, Gabinete da Vereadora Teresa Nelma, CUT, Sindvigilantes, SINTEAL, AMT PDT, Setorial Gênero PSOL, STTR/Arapiraca, STTR São Sebastião, STTR Coité do Noia, STTR Belo Monte, SINDPOL, Escritório da Mulher, ADOIS CIA de DANÇA, MMTRP/AL, STRAAF Pão de Açucar, STTR Mata Grande, SINDPREV, Rede de Mulheres Negras de Alagoas. Instituto Feminista Jarede Viana, Coletivo Antiproibicionista de Alagoas, Levante Popular da Juventude, Secretaria de Mulheres do PT.

Fonte: Ascom Adufal

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