Marcada por resistência, luta e muitas conquistas, a trajetória da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) inicia no dia 7 de novembro de 1979, em meio à ditadura militar brasileira, período em que a universidade pública e gratuita foi duramente atingida por cortes orçamentários e aqueles que a defendiam eram fortemente perseguidos.

Naquela data, os professores Abel Tenório Cavalcanti e Gilberto de Macedo lideraram uma reunião que marcaria para sempre a história não somente da entidade, mas de toda a categoria docente da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Afinal, foi durante aquele encontro, realizado no Auditório da Reitoria (hoje Espaço Cultural Salomão de Barros Lima, localizado na Praça Visconde de Sinimbu, no Centro de Maceió, capital de Alagoas), que surgiu oficialmente a Adufal.

Naquele momento, com grande coragem, a entidade passou a assumir um papel fundamental e necessário na defesa da categoria docente, da educação pública e da democracia.

A primeira reunião que marcou a fundação da entidade foi secretariada pela professora Maria Mendes e contou com a presença de 42 docentes. A ocasião teve como principal objetivo dialogar e refletir sobre a conjuntura adversa pela qual passava a sociedade brasileira naquele ano.

Entre as pautas da reunião estavam: discussão sobre a vivência de uma ditadura militar; o debate sobre a necessidade de organização sindical da categoria, a defesa da universidade como uma instituição pública, gratuita e de qualidade; a defesa da dignidade salarial e a melhoria das condições do trabalho dos/as professores/as.

Ainda durante a reunião de fundação da Adufal, também foi pauta de discussão a definição das bandeiras de luta política da entidade, a inserção dos/as professores/as na luta pela redemocratização da sociedade brasileira da época e a luta pela anistia geral e irrestrita.

Nesse contexto, foi escolhida a diretoria provisória da entidade que tinha como presidente o professor Renato Gama Vieira da Silva; como secretária, a professora Maria Mendes de Santana; e como tesoureiro, o professor José Braga de Lyra.

A primeira Diretoria da Adufal

A primeira diretoria eleita da Adufal teve como presidente o professor Marcelo Lavenère Machado; Gilberto de Macedo como vice-presidente; Renato Gama Vieira da Silva, como primeiro-secretário; Maria Mendes de Santana como segunda-secretária; e José Bento Pereira Barros como tesoureiro.

Além desses docentes, os/as professores/as Clóvis Antunes Carneiro de Albuquerque, Maria Cristina Hellmeister, Hilda Laffitte Cardoso da Silva, Eduardo Perdigão de Lemos e Paulo Luís Neto Lobo foram eleitos/as como membros efetivos, enquanto as professoras Maria Violeta Dantas e Vanda Ávila Ramos foram eleitas como suplentes.

Primeiros encaminhamentos

A primeira reunião da Diretoria Executiva da Adufal, à época chamada de Conselho Diretor da Adufal, foi a responsável por realizar uma série de encaminhamentos importantes, tais como a aprovação de uma Carta Programa, com o objetivo de esclarecer à Comunidade dos/as docentes da UFAL sobre a finalidade da Entidade e sua linha de autonomia firmada no seu Regimento.

A Ata da primeira reunião do grupo, inclusive, estabeleceu em seu item 3 a “Comunicação oficial da existência da Adufal aos Congêneres, às Reitorias, ao Ministério da Educação (MEC), ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), à Secretaria de Educação e Cultura, aos Partidos Políticos e ao Governo do Estado”, mesmo diante da conjuntura da época, quando a sociedade vivia em uma ditadura militar.

A Adufal, atualmente com mais de quatro décadas de atuação, participou efetivamente, e com muita combatividade e disposição para a luta, de mais de 20 greves nacionais, deliberadas no conjunto da base nacional da categoria docente, sempre com o propósito de defender os direitos dos/as docentes e a educação pública.

No percurso de sua história, a entidade tem atuado com compromisso ético e político; na defesa da universidade como um organismo de ensino, pesquisa e extensão, público gratuito, laico, de qualidade e socialmente referenciada; de seus/as docentes e por seus direitos trabalhistas; e ou por quem ou o que estiver sendo ameaçados/as em sua dignidade e em seus direitos.

A Adufal, diuturnamente, se põe contra a precarização do trabalho acadêmico e do sucateamento da Ufal. A entidade segue firme na luta, na defesa intransigente do Estado Democrático de Direito, pela garantia dos direitos trabalhistas, contra a terceirização dos serviços públicos e toda e qualquer iniciativa que atue contra a dignidade e os direitos humanos dos/as trabalhadores/as.

Como canta o poeta Geraldo Vandré na música “Para não dizer que não falei das flores”, música lançada no mesmo ano da criação da Adufal, e que também era cantada pelo povo nas lutas pelas Diretas Já, não poderíamos deixar de repetir neste momento, ao traçar a história de resistência e luta da entidade:

“Caminhando e cantando e seguindo a canção. Somos todos iguais, braços dados ou não. Nas escolas, nas ruas, campos, construções [...] vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Assim é a Adufal, em sua firmeza sindical, com autonomia, coragem e luta, mantendo-se sempre atenta para defender os direitos dos/as docentes, a educação e a universidade pública.

– ADUFAL, Seção Sindical do ANDES-SN, tem sua sede própria, autônoma e independente, com endereço na Rua Dr. José de Albuquerque Porciúncula, 121, Farol, Maceió-AL.

2024

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