04/04/2020
Atualizada: 04/04/2020 11:30:38


Em um momento difícil pelo qual estamos passando, quando o mundo tem que lutar contra um vírus muito contagioso como o coronavírus, muitas pessoas ficam em dúvida sobre como se preparar para enfrentar tantas mudanças nas suas rotinas e se proteger.

O período de isolamento social pode ser um tempo para mudanças de comportamento quanto ao estilo de vida. É um período difícil e o isolamento pode ser um convite ao sedentarismo, já que o ambiente fechado nem sempre é convidativo para a prática de atividades físicas. Mas ao mesmo tempo pode ser também um período em que as pessoas repensem hábitos alimentares e a prática de exercícios para um estilo de vida ativo. 

É consenso que o exercício físico pode contribuir, entre outras coisas, para a melhoria da qualidade do sono e na diminuição da ansiedade. Estudos também relatam os benefícios da prática moderada do exercício físico para o sistema imunológico.

Para a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (2020), o exercício físico é uma importante ferramenta no tratamento e controle de doenças como hipertensão e outras doenças cardiovasculares e patologias crônico-degenerativas, que levam os portadores a serem considerados de maior risco para a infecção pelo coronavírus.

Os exercícios contribuem para a manutenção das funções físicas evitando o declínio funcional, principalmente para as pessoas idosas.

Infelizmente, para parte da população do Brasil, em período de rotina normal, o acesso à prática de exercícios e ao lazer ainda é precário, uma vez que existem muitas barreiras – econômica, social, segurança, entre outras – que dificultam a adesão a um estilo de vida ativo.

No contexto atual, postagens nas redes sociais, com orientações para a execução de exercícios físicos em casa, têm sido cada vez mais frequentes e têm ajudado muitas pessoas a permanecerem ativas. Entretanto, deve-se atentar para quem elabora esses programas de exercícios disponíveis nas redes sociais, cabendo apenas ao profissional da Educação Física a prescrição de treinamento físico.

Para saber se o profissional é habilitado basta acessar o site do Conselho Nacional de Educação Física (www.confef.org.br).

Diversos vídeos têm sido divulgados por profissionais de Educação Física e as atividades propostas podem contribuir de maneira positiva para a saúde física e mental das pessoas, ainda mais se considerarmos a realidade difícil que estamos vivendo.

Para iniciar um programa de treinamento físico é necessário ponderar sobre algumas questões: a condição física, se a pessoa já faz alguma modalidade de exercício físico ou não, e quem prescreve o plano de treinamento físico. 

Contudo, é necessário salientar que fazer exercícios sem uma prévia avaliação física, sem uma prescrição de exercícios individualizada e sem a presença do profissional de Educação Física, exige atenção e ponderação. Principalmente para pessoas que necessitam de uma maior atenção, como por exemplo pessoas com diabetes, hipertensão ou mesmo idosas.

Assim, para quem frequenta uma academia ou já tem um profissional de Educação Física que faz esse acompanhamento e orientação mais individualizado, o mais seguro é solicitar um programa de treinamento que seja adaptado para casa, utilizando a estrutura do espaço doméstico. 

Durante esse período de isolamento social, deve-se evitar modificações exageradas no programa de treino (aumento de intensidade, quantidade de exercícios, diminuição de intervalos de recuperação entre os exercícios, frequência semanal), ou seja, evitar ficar extenuado. A execução correta dos movimentos, também é um fator importante a ser considerado. Estes elementos deverão ser observados nas prescrições de exercícios para pessoas de todas as idades e capacidades funcionais.

Para quem não tem o hábito de se exercitar, o ideal é fazer uma avaliação da condição física da pessoa. Todavia, na impossibilidade de fazer essa avaliação no momento atual, algumas atividades podem ser executadas, com moderação. As atividades de alta intensidade para iniciantes podem provocar queda na imunidade e ocasionar alguma lesão.

A frequência para essas atividades deve ser, pelo menos, de duas a três vezes por semana. O ideal é encontrar uma atividade que seja do seu gosto, como uma aula de dança, treino funcional, ou outra atividade mais suave.

A manutenção dos exercícios físicos proporciona benefícios sociais, psicológicos e físicos, mesmo quando é necessário adaptá-los ao local e ao distanciamento de outras pessoas, sempre seguindo as orientações dos órgãos de saúde. 

Esse período difícil vai passar, enquanto isso vamos nos movimentar e evitar entrar no sedentarismo.

 

Referências:

http://www.medicinadoesporte.org.br/informes-da-sbmee-sobre-coronavirus-e-exercicio-fisico/

https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/noticias/1475

Fonte: Profa. Dra. Maria do Socorro Meneses Dantas (IEFE/UFAL)

2024

Adufal - Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas

Acesso Webmail