07/01/2021
Atualizada: 15/01/2021 19:13:45

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Enquanto milhares de brasileiros e brasileiras seguem morrendo em leitos de hospitais em decorrência da contaminação por Covid-19, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), continua trabalhando em seu projeto negacionista.

Na última terça-feira (5), dia em que o Ministério da Saúde (MS) registrou 196.561 mortos pelo novo coronavírus, em uma conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que o Brasil está “quebrado” e que ele não consegue “fazer nada”.

Ao mesmo tempo em que o presidente do país afirma ser incapaz de agir diante de uma pandemia e permanece paralisado quanto a organizar uma campanha nacional de vacinação contra a Covid-19, representantes de clínicas de vacinação privadas anunciaram a intenção de compra de 5 milhões de doses do imunizante Covaxin, desenvolvido na Índia, para comercialização no Brasil.

Em nota, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVac) informou que uma comitiva embarcou, na última segunda-feira (4), para conhecer a fábrica da Bharat Biotech, empresa farmacêutica responsável pela produção da vacina.

Segundo a ABCVac, “a viagem ao país asiático é para viabilizar a importação da vacina no Brasil pelas clínicas privadas, após sua autorização pela Anvisa”. A previsão da ABCVac é iniciar a comercialização da vacina em março.

Com isso, a parcela mais pobre e desassistida da população brasileira seguirá mais suscetível à contaminação e morte pela Covid-19. Conforme já alertado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunização da população só será eficaz se for planejada coletiva e nacionalmente, através do Programa Nacional de Imunização (PNI).

Pressão e incertezas

Diante da pressão que o governo Bolsonaro vem sofrendo por não ter dado início à vacinação contra a Covid-19 e com o aumento nos números de infectados e mortos devido à doença, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quarta-feira (6), em pronunciamento, que o Brasil está preparado para executar o plano de imunização contra o novo coronavírus.

"O Brasil já tem disponíveis cerca de 60 milhões de seringas e agulhas nos estados e municípios, número suficiente para iniciar a vacinação ainda neste mês de janeiro", afirmou o general que, mesmo durante o pronunciamento sobre os detalhes do plano de vacinação contra a Covid-19, não divulgou uma data exata sobre o início desse processo.

Boas notícias

Uma das boas notícias, diante dos fatos que têm ocorrido esta semana, refere-se ao anúncio feito pelo governo de São Paulo, nesta quinta-feira (7), sobre os resultados dos testes de eficácia da CoronaVac, vacina desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Os estudos mostraram que a vacina possui 78% de eficácia, ou seja, 78% das pessoas que tomam o imunizante ficam protegidas contra a Covid-19. A taxa mínima recomendada pela OMS e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%.

A vacina garantiu, ainda, a proteção total, ou seja, em 100% dos testes, contra mortes, casos graves e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados. 

Com o resultado dos testes da CoronaVac, a próxima boa notícia foi anunciada por Pazuello, ainda nesta quinta (7), sobre a assinatura de um contrato com o Instituto Butantan para o fornecimento de 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Segundo o ministro da Saúde, serão 46 milhões de doses até abril e outras 54 milhões até o fim do ano.

Com as últimas notícias, é esperado que o processo de imunização no Brasil seja acelerado e, uma vez que é dever do Estado garantir a saúde e o bem-estar de cada um dos quase 210 milhões de brasileiros e brasileiras, a vacina contra a Covid-19 precisa ser pública e gratuita, para todos e todas os/as cidadãos/cidadãs.

Fonte: Ascom Adufal com informações do Andes-SN

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