13/09/2022
Atualizada: 13/09/2022 15:19:59
O Conselho de Representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) publicou uma carta aberta aos/às docentes, nesta terça-feira (13), sobre as eleições 2022.
Confira o texto na íntegra abaixo, ou o documento em anexo ao final da página.
CARTA ABERTA AOS/ÀS DOCENTES DA UFAL
Estamos em meio a um período eleitoral que se revela de máxima importância para a categoria docente da UFAL e para o conjunto da classe trabalhadora brasileira. Por isso, a ADUFAL, através do Conselho de Representantes, apresenta seu posicionamento, corroborando seu compromisso com um sindicalismo classista.
A partir do advento do golpe institucional, em 2016, as frações das classes dominantes têm buscado atacar os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, tentando destruir o serviço público. Durante o governo Temer, foi aprovada a “PEC da Morte” (EC 95/2016), responsável por congelar os recursos públicos da educação e de outras áreas essenciais. Temer ordenou a subtração de direitos, através da contrarreforma trabalhista, resultando na mutilação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A ascensão de Bolsonaro à presidência da república, em 2019, acentuou os ataques aos/às trabalhadores/as e ao serviço público. No curso de seu mandato foi aprovada a contrarreforma da Previdência, que dificulta a realização do direito à aposentadoria e reduz o tempo de recebimento de pensão por morte. Os salários dos servidores mantém-se congelados diante da imensa perda inflacionária. Essa absurda situação de corrosão do nosso poder de compra corrobora a declaração do seu ministro Paulo Guedes, sendo uma “granada” no bolso dos/as trabalhadores/as do serviço público.
A proposta de reforma administrativa (PEC 32), em tramitação no Congresso Nacional e com amplo apoio da base aliada do presidente, é destinada a eliminar a realização de concursos, a facilitar a exoneração de servidores/as da ativa e a legalizar a absoluta terceirização dos cargos existentes.
As universidades federais tornaram-se um alvo corriqueiro, com contingenciamentos e cortes orçamentários que impactam o seu funcionamento. A autonomia de escolha de reitores/as foi completamente violada e várias instituições federais de ensino estão sob intervenção ou sob a gestão de pessoas derrotadas nas consultas internas à comunidade.
Essas ações se articularam à retórica hostil e depreciativa dirigida contra as universidades públicas que busca deslegitimá-las perante à sociedade, mesmo durante a pandemia de Covid-19, momento em que a produção científica foi protagonista no combate ao vírus. Acrescenta-se que o governo Bolsonaro transformou o Ministério da Educação em um balcão de negócios e propinas, marcado por ministros privatistas e acusados em episódios escandalosos de improbidade administrativa e corrupção.
A candidatura de Bolsonaro à reeleição se constitui num grande desserviço aos/às trabalhadores/as e seu acesso aos direitos da cidadania, com reiteradas ameaças às liberdades democráticas, propagação de mentiras e fomento à violência contra seus adversários, notadamente, aos que atuam no campo intelectual, cultural e científico.
Entendemos que os/as docentes da UFAL devem conjugar esforços para imprimir uma derrota eleitoral a Bolsonaro no executivo e ao Centrão no legislativo. É necessário rechaçar candidaturas que veiculam a mesma agenda neoliberal de Bolsonaro, mas que se camuflam em insígnias vazias, fazendo-se passar por alternativas democráticas. Os inimigos das universidades públicas e do serviço público, quem quer que sejam, não merecem nosso voto.
Maceió, 13 de setembro de 2022.
Conselho de Representantes da ADUFAL