24/04/2024
Atualizada: 24/04/2024 17:51:23

Fotos: Vanessa Ataide/Ascom Adufal

A base docente do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) decidiu, durante assembleia setorial da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal) realizada nesta quarta-feira (24), rejeitar a proposta do governo federal e deflagrar greve a partir da próxima segunda-feira (29). Ao todo, foram 41 votos a favor, 5 votos pelo estado de greve, 5 votos contrários e 3 abstenções.

A Adufal frisa que o resultado da assembleia de Arapiraca, sozinho, não é definitivo para a definição da greve pelo conjunto da categoria docente da Ufal.  Considerando o formato de assembleia setorial que a entidade adotou para deliberar sobre a greve, a quantidade de docentes que participarem das três assembleias (no Sertão, em Arapiraca e em Maceió) será somada para se obter o quórum total, seguindo o que determina no Art. 16 do Regimento da Adufal, que dispõe sobre o quórum de assembleia geral.

Na última terça-feira (23), foi realizada a primeira das três assembleias setoriais que definirão o rumo da categoria em relação à greve nacional por reajuste salarial. No campus Sertão, os docentes também rejeitaram a nova proposta do governo federal e aprovaram a deflagração da greve para o dia 29 de abril, data que foi proposta pela Diretoria da Adufal.

A próxima e última assembleia setorial ocorre nesta quinta-feira (25), com primeira chamada às 9h30, no auditório da Reitoria da Ufal, no Campus A. C. Simões, em Maceió.

Compuseram a mesa os diretores da Adufal Carlos Müller, Jailton Lira e Irailde Correia, da direita para esquerda. Foto: Vanessa Ataide/Ascom Adufal

Reivindicações da categoria

Durante a assembleia em Arapiraca, o presidente da Adufal, Jailton Lira, fez um breve histórico sobre o cenário atual de negociação com o governo, apontando a proposta mais recente, que foi de reajuste zero em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026. O professor do Centro de Educação (Cedu) da Ufal também relatou que é fundamental que o Andes- Sindicato Nacional apresente os dados orçamentários que estão fundamentando as negociações com o governo.

“Qualquer sindicato que chega para negociar leva uma proposta de tabela salarial, a estimativa do impacto financeiro e a expectativa de crescimento da receita para que se tenha argumentos para caso o governo diga não. Mas não há, da parte dos que estão negociando, subsídios para avaliar se o governo pode ir mais adiante ou se não pode. Somente agora é que foi convocada uma reunião com o Dieese para essa discussão sobre dados, tabelas e sobre números”, relatou Jailton Lira.

Presidente da Adufal, professor Jailton Lira. Foto: Vanessa Ataide/Ascom Adufal

Após o primeiro secretário da Adufal, professor Carlos Müller, apresentar as tabelas salariais do governo federal, Andes-SN e Proifes, o presidente da entidade, Jailton Lira, destacou que entende que a obrigação de mostrar esses números é do governo, mas considera que, para obter o melhor resultado na negociação, é importante que a bancada sindical tenha esses dados em mãos para, inclusive, fazer um contraponto, se necessário.

A vice-presidenta da Adufal, professora Irailde Correia, reforçou a importância da adesão à greve e da mobilização da categoria como forma de pressionar o governo por uma proposta de reajuste que seja boa para o conjunto de servidores.

“Nós defendemos a greve nesse momento para fortalecer o movimento dos educadores do país e para que a gente consiga fazer uma pressão sob o governo federal, para que ele reveja essa proposta, porque não dá para a gente pensar que nós vamos ter reajuste zero em 2024, considerando o que está posto e as perdas pela inflação. Mas nós temos clareza que não dá para a gente defender uma reestruturação de carreira nesse momento, uma vez que, se o governo está com dificuldades de conceder o reajuste em 2024, essa revisão de carreira pode ser prejudicial à categoria”, disse Irailde Correia. 

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas (Sintietfal), Yuri Buarque, esteve presente na assembleia da Adufal, momento em que reforçou a importância da adesão dos docentes da Ufal à greve nacional, mencionando que os servidores do Ifal estão em paralisação desde o dia 3 de abril.

“A construção dessa greve, a exemplo do que tem sido feito aqui pelos colegas da Adufal, tem se dado com muito diálogo transparente com a categoria. E isso pressupõe nós fazermos as críticas necessárias à postura do atual governo federal, com o detalhe de que isso jamais deve ser confundido como alguma referência positiva ao desgoverno Bolsonaro”, afirmou Yuri Buarque.

Presidente do Sintietfal, Yuri Buarque. Foto: Vanessa Ataide/Ascom Adufal

As principais pautas dos Servidores Públicos Federais na Campanha Salarial 2024 são: reajuste salarial para repor as perdas salariais acumuladas em 6 anos (desde o governo Temer até o governo Lula); equiparação dos benefícios (auxílios alimentação, saúde e creche) entre os demais poderes (Legislativo e Judiciário); “Revogaço” de todas as medidas que atacam o funcionalismo público, ocorridas durante o governo Bolsonaro; e reestruturação da carreira.

Comando Local de Greve

Os/as docentes do Campus Arapiraca também votaram e definiram a composição para o Comando Local de Greve (CLG). Na ocasião, a Diretoria da Adufal propôs que a composição do CLG tenha a quantidade de membros da Diretoria da entidade mais um, pensando em questões de desempate, portanto 15 pessoas no total.

A proposta foi aprovada por unanimidade pelos docentes presentes da assembleia. Os representantes escolhidos do Campus Arapiraca pelos presentes foram os professores Jarbas Ribeiro de Oliveira e Karol Fireman de Farias, ambos do curso de Enfermagem.

Professores Jarbas Ribeiro de Oliveira e Karol Fireman de Farias, representantes escolhidos do Campus Arapiraca para compor o CLG. Foto: Vanessa Ataide/Ascom Adufal

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Fonte: Karina Dantas e Vanessa Ataide/Ascom Adufal

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