25/04/2024
Atualizada: 29/04/2024 14:43:34
Os/as docentes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) decidiram, na manhã desta quinta-feira (25), aderir à greve nacional por tempo indeterminado, com deflagração a partir da próxima segunda-feira, 29 de abril. No total, foram 332 votos favoráveis (92,2%), 16 contrários (4,4%) e 12 professores/as se abstiveram (3,3%).
A decisão da categoria docente é resultado da posição dos/as docentes presentes nas três assembleias setoriais realizadas pela Associação dos Docentes da Ufal (Adufal) em três campi da universidade: Sertão, Arapiraca e A. C. Simões.
As principais reivindicações dos servidores públicos são: recomposição salarial das perdas inflacionárias acumuladas dos últimos seis anos; equiparação de benefícios (auxílios alimentação, saúde e creche) entre os demais poderes (Legislativo e Judiciário); “revogaço” de todas as medidas que atacam o funcionalismo público, ocorridas durante o governo Bolsonaro; entre outras.
Durante a assembleia, o presidente da Adufal, Jailton Lira, fez um breve histórico sobre o cenário atual de negociação com o governo federal, apontando a proposta mais recente, apresentada na última sexta-feira (19), durante a quarta rodada da Mesa Específica e Temporária da Carreira. A proposição consiste em 0% de reajuste em 2024, um reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026.
O professor do Centro de Educação (Cedu) também pontuou que a principal pauta a ser defendida nesse momento é a do reajuste salarial. O entendimento é de que a questão da reformulação da carreira docente deverá ser pautada no futuro.
“Nós vimos que há vários problemas nas propostas de carreira apresentadas pelas entidades Andes-SN, Sinasefe e Proifes, que não dialogam entre si e que, por isso, acarretariam em desdobramento jurídicos e de organização da carreira. Com essas propostas, os problemas de distorção entre os níveis existentes atualmente continuariam”, explicou Jailton Lira.
Após expor as propostas de reajuste salarial e de avaliar a conjuntura atual, a Diretoria da Adufal apresentou a proposta da entidade referente à greve.
Na primeira votação, 289 docentes rejeitaram a nova proposta do governo federal de reajuste salarial. Um docente votou por aceitar a proposta do governo e 4 se abstiveram.
Em seguida, foi colocada em votação a proposta da direção da Adufal, para deflagração da greve a partir de 29 de abril, obtendo o quantitativo total de 280 votos favoráveis, 7 contrários e 7 abstenções, no Campus A. C. Simões.
A Adufal relembra que a mesma votação na assembleia setorial do Campus Sertão resultou em 11 votos favoráveis, 4 contrários e 2 abstenções. Já no Campus Arapiraca, os votos favoráveis somaram 41, os votos pelo estado de greve foram 5, os votos contrários totalizaram 5 e abstenções foram 3.
Desta forma, somando as três assembleias setoriais, houve a participação de 365 professores e professoras nas discussões e votação sobre a deflagração da greve. No total, 332 docentes da Ufal votaram a favor, 16 foram contrários, 5 votaram pelo estado de greve e 12 professores/as se abstiveram.
A assembleia de Maceió também contou com a participação de dezenas de estudantes que demonstraram apoio à greve docente, frisando a necessidade de reivindicar melhorias estruturais na instituição, além de melhores condições de trabalho. Representantes do Comando de Greve dos Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs) Ufal também manifestaram apoio à greve docente, durante momento de fala.
Os/as docentes do Campus A. C. Simões também votaram e definiram a composição para o Comando Local de Greve (CLG). A Diretoria da Adufal propôs que a composição do CLG tenha a quantidade de membros da Diretoria da entidade mais um, pensando em questões de desempate, portanto 15 pessoas no total.
“A nossa proposta, considerando a proporção com base na quantidade de filiados e na distribuição desses filiados por campi de votação, é que a gente tenha 2 indicações do Campus Sertão, 2 de Arapiraca, 2 do Ceca e 9 indicações em Maceió”, explicou o presidente da Adufal, Jailton Lira. A proposta foi aprovada por maioria.
Os/as professores/as indicados de Maceió para compor o CLG foram os/as professores/as: Adriana Weber (CTEC), Antonio Passos (IEFE), Arary Galvão (Serviço Social), Jorge Eduardo (Cedu), Jamile Ferro (Fanut), Luciana Caetano (FEAC), Noemi Loureiro (Dança), Osvaldo Maciel (História) e Tiago Leandro (Cedu).
Representam o Campus Sertão, os professores Agnaldo José dos Santos e Marcelo Felisberto de Lima; o Campus Arapiraca, os/as docentes Jarbas Ribeiro de Oliveira e Karol Fireman de Farias; já a representação do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) será definida em reunião posterior, a ser convocada pela Adufal.
O Comando Local de Greve dos docentes da Ufal será instalado nesta sexta-feira (26).
Com o início da greve dos docentes da Ufal marcado para a próxima segunda-feira (29), as notificações e mobilizações do movimento paredista também iniciam. Durante a assembleia, ficou definido os seguintes encaminhamentos:
Da Diretoria da Adufal, participaram da assembleia o presidente da entidade, Jailton Lira; a vice-presidenta, Irailde Correia; a secretária-geral e o primeiro-secretário, Esmeralda Moura e Eduardo Müller; os diretores de Política Sindical, Flávio Dantas e Sandra Lira; a tesoureira, Rosangela Reis; os diretores de Política Cultural, Marta Moura e Ailton Galvão; e as diretoras de Divulgação e Imprensa, Socorro Dantas e Lenilda Austrilino.
Confira o álbum com todas as imagens da assembleia clicando aqui.
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